sexta-feira, 18 de abril de 2008

Julgamento: Lisboa diz que foi torturado por delegado Bareta



Médico diz que foi torturado por delegado Bareta Começou às 8h da manhã de hoje (18/04) o julgamento do médico Antônio Lisboa, ex-prefeito da cidade de Madeiro que é acusado de ser o mandante do assassinato do então prefeito da cidade de Luzilândia Raimundo Marques. O crime ocorreu no dia 08 de agosto de 1997 no posto de combustível Rural de propriedade da vítima situado na localidade encruzilhada.

Durante toda manhã de hoje a área externa do plenário da Câmara de Vereadores Nazionel Araújo se encontrava completamente lotado, muitos curiosos na área que não puderam entrar estão esperando novidades sobre o caso.

Familiares, entre eles, o sobrinho da vítima o Deputado Estadual Ismar Aguiar Marques, a viúva da vítima, Valmércia Marques, acompanhada do filho Ramon Marques e outros familiares estão de um lado do plenário e do outro, familiares e amigos do médico.

Tensão

O médico Antônio Lisboa acusou o Delegado Bareta de torturar pessoas, na tentativa de lhe incriminar como sendo autor intelectual.

O réu citou entre as pessoas que sofreram as torturas pelo delegado, o seu sobrinho conhecido como José Garcia, um senhor conhecido como Zé Branco e por fim um senhor chamado de Ezil, todos deram depoimentos a base de torturas. Afirmou ainda que a imprensa na época fez uma ampla cobertura apoiada pelo Deputado Estadual Ismar Marques.

Declarações do Acusado

Ao ser indagado sobre ter mandado matar o ex-prefeito Raimundo Marques, Lisboa respondeu que não foi o mandante e disse que não era seu inimigo, até porque não tinha nenhum vínculo político com o município de Luzilândia.

Acusações

A leitura de uma carta anônima que foi anexada ao processo causou tumulto e discussão entre os advogados de Defesa e acusação. A carta acusa a viúva do ex-prefeito, Valmércia Marques em ser a principal interessada na morte do marido. Segundo a carta, a viúva trairia o marido constantemente e herdou um grande patrimonio com a morte de Raimundo Nonato Marques. Dentre os bens herdados estava um posto de combustível e fazenda.

O advogado de defesa, Nazareno Thé, apesar de estar defendendo o médico Lisboa pediu que a carta fosse retirada dos autos e conseqüentemente não terminasse de ser lida no plenário. Já o advogado da viúva, Odonias Leal foi contra o pedido e solicitou que a leitura prosseguisse, o que gerou uma greande discussão, até que o juiz Carlos Eugênio decidiu retirar a denúncia anônima dos autos.

Pausa para o Almoço

Reiniciou às 14h o julgamento. O advogado de defesa está neste momento fazendo a leitura de mais uma peça. Trata-se de uma entrevista concedida pelo ex-prefeito Sabóia a um jornal de grande circulação de Teresina. O prefeito teria declarado na entrevista que estava se sentindo ameaçado e atribuiu as ameaças à família Marques. Na época o ex-prefeito teve que contratar oito seguranças.

O promotor João Pereira dispensou as testemunhas de acusação que estavam arroladas no processo porque já foram feitas as leituras dos depoimentos. Agora estãos endo ouvidas as testemunhas de defesas.


Testemunha reafirma agressões


A testemunha de defesa João Barbosa de Sales, conhecido como João Branco reafirma que foi torturado pelo delegado Bareta. Ele disse que sofreu agressões físicas e moral e que o delegado achava que ele era o autor do disparo que matou o ex-prefeito. Finalizou dizendo que, após apanhar, foi colocado no porta-malas do carro e conduzido até a delegacia.

Testemunha acusa viúva

Foi lida a pouco uma peça do depoimento de Francisco Teles. Nela a testemunha afirma que o ex-prefeito Raimundo Marques tinha ciúmes da esposa devido a diferença de idade, 35 anos.

Francisco Teles afirma também que no período das investigações, pessoas eram raptadas e levadas para uma propriedade de um dos integrantes da família Marques, cujo proprietário seria Chico Marques. Lá as pessoas prestavam depoimentos sob torturas.

Segundo ele, a família já soltava panfletos acusando o médico Lisboa apenas 24h depois do crime. No final da leitura, afirmou que o assassino estaria dentro da própria família.

Testemunha diz que delegado apontou arma para ela

A segunda testemunha, Francisco de Freitas Teles filho, conhecido como Telão, disse teve conhecimento das torturas praticadas pelo delegado Bareta, inclusive ele mesmo sofreu, já que teve uma pistola colocada em sua cabeça pelo delegado.Afirmou ainda que sua esposa também foi perseguida na época e muitas pessoas na cidade ficaram amedrontadas.

Terminou o depoimento da terceira testemunha do caso. Os advogados de acusação e defesa entraram em comum acordo que não precisariam ouvir as testemunhas de acusação, todas foram dispensadas.

Neste momento está sendo preparado um 'telão', pois os advogados usaram recursos áudios-visuais. Serão cinco horas de debate, duas horas para a acusação, duas para a defesa, meia hora para réplica e meia hora para a tréplica.

Aguarde mais informações

PAN Com informações de Tony Cicita e William Costa

Fotos: William Costa

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