quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

A democracia em si mesma

A democracia é um esforço para levantar de novo a natureza, um esforço ligado aos desenvolvimentos da razão e da justiça. Ela tem confiança nos recursos e na vocação da natureza humana.

As fontes do ideal democrático devem ser procuradas muitos séculos antes de Immanuel Kant e de Jean-Jacques Rousseau. Ela deve ser pesquisada no sermão sobre a montanha.
Para conservar a fé na marcha para a frente da humanidade, para crer na dignidade da pessoa, nos direitos humanos e na justiça, para ter o sentimento e o respeito da dignidade do povo, para sustentar e avivar o sentimento da igualdade, para respeitar a autoridade, sabendo que seus detentores não são mais do que homens como os que eles governam, para acreditar na santidade do direito e na virtude certa da justiça política em face dos triunfos escandalosos da mentira e da violência, para ter fé na liberdade e na fraternidade – é preciso uma inspiração e uma crença heróica, que fortaleçam e vivifiquem a razão.

Existe uma filosofia democrática do homem e da sociedade. Ela ficará sempre ligada à mensagem exercida no âmago da consciência profana e do mundo. Trata-se de uma reconstrução de sua filosofia moral, que os regimes democráticos têm obrigação de empreender, se quiserem sobreviver.

O advento duradouro da filosofia e do espírito democráticos exige que novas energias penetrem a existência profana e domem o irracional pela razão, revelem os direitos inalienáveis da pessoa, igualdade, direitos políticos do povo, primado absoluto das relações de justiça e de direito na base da sociedade, ideal de melhoria e emancipação da vida humana e da fraternidade.

A democracia verdadeira deve ter base a mensagem bíblica. Foi essa doutrina que "anunciou aos povos o reino de Deus e a vida do século futuro, a unidade do gênero humano, a igualdade de natureza de todos os homens, filhos do mesmo Deus e resgatados pelo mesmo Cristo, a inalienável dignidade de cada alma criada à imagem de Deus, a dignidade do trabalho e a dos pobres, a primazia dos valores interiores e da boa vontade sobre os valores externos, a inviolabilidade das consciências, a exata vigilância da justiça e da providência de Deus sobre os grandes e sobre os pequenos, a obrigação imposta aos que comandam e aos que possuem o poder de comandar segundo a justiça como ministros de Deus, e gerir os bens que lhe são confiados para a vantagem comum, como intendentes de Deus, a submissão de todos à lei do trabalho e o apelo a todos para partilharem da liberdade dos filhos de Deus, a santidade da verdade e o poder do espírito, a comunhão dos santos, a divina supremacia do amor redentor e da misericórdia, e a lei do amor fraterno que a todos se estende, mesmo aos que são nossos inimigos, porque todos os homens, qualquer que seja o grupo social, a raça, a nação, a classe a que pertençam, são membros da família de Deus. O cristianismo proclamou que onde estão o amor e a caridade aí Deus está; e que de nós depende transformar qualquer homem em nosso próximo, amando-o como a nós mesmos e tendo compaixão dele, isto é, morrendo de certo modo a nós mesmos por ele".

A verdadeira democracia não deve ter por fundamento os direitos do homem proclamados nos Estados Unidos da América e na França, no século XVIII. Ela deve procurar as bem-aventuranças que se dirigem àqueles que sofrem a pobreza, a fome e a dor, sofrimentos que desaparecerão, a perseguição e o ódio suportados em nome de Jesus. Discurso completado com o acréscimo da mansidão, da misericórdia (esmola), da pureza de coração e da reconciliação, programa de vida cristã para as pessoas. para a sociedade e para as nações.

João Paulo Lopes de Carvalho

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIMA, Máriton Silva. O verdadeiro espírito da democracia . Jus Navigandi, Teresina, ano 12, n. 1624, 12 dez. 2007. Disponível em: . Acesso em: 13 dez. 2007

1 comentários:

Anônimo 15 de dezembro de 2007 às 05:24  

O verdadeiro homem é mesmo o que sempre estará disposto a ajudar o próximo, independentemente de linha política, religiões, e raça.
esse sim é um verdadeiro democrata.
maravilhoso teu texto, parabéns, abraços, Alberto Araujo.

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